CASA DE VÓ

Quintal de vó

tinha sempre laranjeira,

na laranjeira um sabiá,

que acordava para cantar.

De quem dormia era sem dó,

cantava a manhã inteira

Se um moleque

na ladeira ia sem breque,

vinha de braço ralado.

Casa da vó sempre tinha

a vovó ou uma titia

pra cuidar do machucado.

Pra não doer,

ela assoprava e falava:

vai sarar antes de casar.

Um remédio ela passava,

remédio que nunca ardia,

que curava e não doía.

Casa de vó

tinha doce bem mais doce

que doce de batata doce.

Banho era bem mais tarde.

Tinha quem desatava o nó

do cadarço, o nó que fosse.

Passear na vó,

que viagem encantada!

Brincar com primos e primas,

colher no galho lá em cima

fruta adorada e amarrada.

Que ninguém desata o nó.

Silva Edimar
Enviado por Silva Edimar em 20/07/2019
Código do texto: T6700291
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