CASA DE VÓ
Quintal de vó
tinha sempre laranjeira,
na laranjeira um sabiá,
que acordava para cantar.
De quem dormia era sem dó,
cantava a manhã inteira
Se um moleque
na ladeira ia sem breque,
vinha de braço ralado.
Casa da vó sempre tinha
a vovó ou uma titia
pra cuidar do machucado.
Pra não doer,
ela assoprava e falava:
vai sarar antes de casar.
Um remédio ela passava,
remédio que nunca ardia,
que curava e não doía.
Casa de vó
tinha doce bem mais doce
que doce de batata doce.
Banho era bem mais tarde.
Tinha quem desatava o nó
do cadarço, o nó que fosse.
Passear na vó,
que viagem encantada!
Brincar com primos e primas,
colher no galho lá em cima
fruta adorada e amarrada.
Que ninguém desata o nó.