A    GENTE S ACOSTUMA                                      
 
A gente se acostuma
A ensinar mais que aprender
A  falar mais que ouvir
A julgar mais que entender
Que não há mais o que fazer.
 
A gente se acostumar a querer
Mas  não luta o suficiente
Para conquistar  o que quer
A gente se acostuma a fingir
Que ama sem amar
A ser diminuída por um homem
Que um dia  pensamos amar.
 
A gente se acostuma  a uma rotina
Sem pensar que os dias não precisam
Ser iguais ,cada dia é uma dia
Na verdade, a gente se acostuma
A  mentir para nós mesmos
E dizer  sim  a convicções
Que não são nossas.
 
E  nesse acostumar falso
A gente vai se enganando
E deixa ideais  serem puxados
Pelas regras do materialismo.
 
A gente se acostuma a quatro paredes
A ver pouco o barulho do silêncio
Em que o Sistema vai nos enquadrando
 
A gente se acostuma à leituras direcionadas
A especializar-se  nisso e naquilo
E esquece de cobrar a tempo
Os direitos de cidadão,de profissional.
 
A gente se acostuma  a incutir valores
E se perde numa escala onde
O valor profissional é manipulado,
Numa escala de valores de um grupo de senhores.
 
A gente se acostuma a fazer greve,ir às ruas
Para gritar  palavras de ordem
Ordem que nossos dirigente ignoram
Eles “nem aí”
A gente então se acostuma a não ser ouvida
Mas continuamos insistindo,insistindo....
Eles nos ignoram.
 
Mas a gente não se acostuma
A esse sufocar de repulsa
Que sucumbe o idealismo, o orgulho
Às mais simples leis da subsistência
Mesmo porque um tempo circunstancial
Não nos permite o heroísmo faminto.
A que nos submetemos.
 
Mas uma pergunta corrói
E  transfigura minha alma
Porque nos a