POEMA DE LEMBRANÇAS FUGIDIAS
O presente só se eterniza quando passa,
Vive o limiar de infinitos distantes,
O passado eternizado, o futuro que será perpétuo.
Depreende-se que ele possui a graça,
A graça de ondular ante o que sinto.
Passado, presente, futuro : De quem será o cetro ?
O tempo reina, governa e faz reinações;
Mas contém em si, como caverna,espaços,
Nos quais cabem beijos, beijos e abraços,
Como se faz nas águas dos lagos as ondulações.
E assim, do modo mais terno, afiança
A narração que o ato infinita
Se narrado, pois o narrador faz aliança
Com cada narração que se cogita.
"A casa dela foi demolida;
Antes, tudo sobre ela me exaltava,
Mas o fim nos trouxe termo
Ao que acreditávamos fosse vida.
O tampo do baú perdeu as abas ...
O lugar da casa ... creio -me enfermo ..."