MILIONÁRIOS!
Não era coisa de grana.
Mas era coisa de fama!
Não era coisa de cantos.
Porque pareciam alguns canários.
Tinham harmonia mas não tinham salários.
Eram da cidade e deixaram saudade.
Tinham ginga e eram ágeis como os ventos
Por isso viraram história por seus talentos.
De quem falo?
Sei sua resposta.
Era inspiração de nossa rincão.
Era pura magia da domingueira.
Era paixão das moças faceiras.
Era enredo de gente ordeira.
Não tinha adversário.
Viesse quem viesse as vitórias ninguém esquece.
Elas eram constantes...
Pra tristeza dos visitantes.
Ainda não disse quem era...
Mas é a lembrança de tempos distantes.
De coisas que amamos hoje muito mais que antes.
Saudade de minha meninice.
Saudade das idolatrias de outrora.
Que me ensinou a ser o que sou agora.
Um ser sonhador pelas coisas que tem amor.
De momentos de sorriso que afugentam a dor.
Quem é conterrâneo sabe do que eu falo.
Era apenas um time de futebol.
De Luz tão clara como o sol.
Era fruto da persistência de um paraguaio.
De tino futebolístico como poucos.
Ernesto Landolf comandou o elenco.
Era ele que enxergava o talento.
Trazia para o time e exigia disciplina.
Por que ser líder era a sua sina.
Era um time respeitado.
Em seus jogos vinham gente de todo lado.
O estádio estava sempre lotado.
Por que a Vitória era quase certa.
Jogadas improvisadas, gingas, lançamentos.
Tudo acontecia como encantamento.
O gol – era questão de tempo.
Por que as jogadas de ataque saiam em todo momento.
E a torcida queria gol sem demora
Sabia que o gol sairia a qualquer hora.
Depois de tanta dica.
Acho que você já sabe de quem estou me referindo
Por que comigo está interagindo.
Sabe que falo de um time de ouro.
De nossa época de crepúsculo.
De tempos claros de céu desenhados.
De um futebol que marcou nosso calendário.
Falo, simplesmente, do MILIONÁRIOS!