MONTE PIO

Lugar belo onde vivi

A miha infância singela

Onde sorri e brinquei

Sem azedume ou mazela

Ainda lembro de todos

Que fez minha vida bela

Lembro Thé lembro Madrinha

Sentados la na calçada

Lembro seu Urcino e Domingos

Que toda tarde chegava

Pra conversar e sorrir

E o café não faltava

Lembro Geraldo e Nair

E aquela meninada

Brincando de se esconder

Ou correndo na calçada

Tristeza ali não havia

Só se ouvia gargalhada

Minhas tias tão queridas

Cecilia Adau e Expedita

Lembro tio Pedro e Zé Arão

Que sempre estavam na lida

Fazendo de tudo um pouco

Para alegrar a vida

Lembro Nissa e Lacerda

Criança ali não faltava

Sempre que ia ao açude

Em suas casa passava

Tomar banho com Madrinha

De Lourdes sempre la estava

Lembro de Oscar

E sua rapaziada

Antonia bem generosa

A sua sala emprestava

Para sevir de escola

Para toda meninada

A CHICA e Zé Saturnino

Com o seu filho Tadeu

Surano e a Alacoque

E os filhos que Deus lhes deu

Não esqueço de ninguém

Que nesse tempo viveu

E todos que conheci

Trago no meu coração

O o tempo e distância

Diferença não farão

Sempre que nos encontrarmos

Sentimentos voltarão

Não posso falar de todos

Mas não pensem que esqeci

Tem Cota e seu Raimundo

Chico de Té e David

Virginia e o Nezim

Neuton e também o Bibi

Lembro do tio Anésio

Que na época era só

Cuidava dos animais

Gostava de um forró

Depois veio a família

Tem paciência de Jó

Zulene e Maria Alcina

Que da igreja cuidavam

Com suas vozes imponentes

A São Francisco saudavam

A mãe e os seus irmãos

O coro também cantavam

Já bem pertinho da baixa

De onde água carregava

Depois de tomar um banho

As manga do pé tirava

Via Zulmira de Sóter

Que da janela me olhava

O Mundinho e a Verônica

Com os filhos moravam ali

Organizavam o leilão

Pra todos se divetir

O Plácido agricultor

Comerciante a Neli

Geraldo e Jubenita

Não poderia esquecer

Aprendi jogar buraco

Coisa que me da prazer

Só não jogo apostando

É apenas um lazer

Tinham comércio também

A Alacoque e o Surano

Que também faziam festa

Em outubro todo ano

Homenagem a São Francisco

Esse santo soberano

O progresso ja chegou

Nesse chão abençoado

Muita coisa ja mudou

Pouco se ver do passado

O torrão que era Thé

Foi todo desmoronado

Foi bom para a igreja

Tomou formas diferente

Quero parabenizar

O seu novo dirigente

Escadaria perfeita

Da orgulho a toda gente

Lembro que naquele tempo

Banho de cuia tomava

Enchia as ancoretas

E o jumento carregava

Hoje tem água de torneira

Coisa que não imaginava

Fazendo um paradoxo

Entre o passado e o presente

Alguns ainda estão por lá

Outros ja estão ausente

São Francisco permanece

Abençoando essa gente

Alcinete Gonçalves
Enviado por Alcinete Gonçalves em 24/04/2019
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