OS MUSSEQUES DE LUANDA
Naquele tempo da tropa,
Mutes vezes me era confiada
A missão ingrata de fiscalizar
Os musseques de Luanda,
Com uma arma descarregada
Que a todos assim assustava.
Eram anos de paz e tolerância,
Em que não havia desconfiança
O progresso era uma ambição
Que todos sentiam de coração,
Havendo trabalho para todos
Em que não singravam os tolos.
Nas casas que nós visitávamos,
Ofereciam-nos alguma comida,
Bebidas ao som das Maringas
Escutadas em alto e bom som.
Cumprida a nossa breve missão,
Recolhíamos ao nosso quartel.
Ruy Serrano - 04.02.2019