RELÓGIO MALVADO
Ontem,
te fiz a última poesia.
Falei tanto do meu amor!
Ontem,
ouvi tua música preferida
e tua imagem se fez profunda em mim.
Mergulhei
em cada canto do teu corpo
e me deixei ficar,
embriagada
na ternura dos teus braços.
Ontem,
tive o prazer de ter-te ao meu lado,
no tapete verde de um gramado;
no êxtase sem fim
de beijos e abraços,
em que éramos as vítimas
de um amor cumpliciado,
astuto,
rebelde
e ouriçado.
Quando explodia em mim o coração,
e o sentimento
sem amarras me vencia,
eis que o despertar do relógio no criado
devolve-me à realidade,
quando pude perceber,
que apenas,
havia eu SONHADO.