BRINCADEIRAS E TRAVESSURAS - RECORDAÇÕES PUERÍCIAS

Infância penso eu, ser de nossas vidas a época melhor.

Ainda não se tem preocupações e responsabilidades para estertor.

Tudo é só brincadeira e diversão com muito humor.

Era de inocência, que nos torna um grande sonhador.

Meu pé de siriguela, lugar para deleite e ser espectador.

Deitada no grosso tronco, saboreando doces e vermelhos frutos de cor.

Olhando para o céu azul, o vento batendo e sentindo do sol o calor.

Sem nada importante para pensar, só apreciava o momento com sabor.

Deitar no piso de cimento do quintal, e o caminhar das formigas olhar.

Nomear cada uma delas, e uma bela história com as pequenas criar.

Vermelhas e com ferrões, umas de cabeção, muita criatividade no ar.

Nas histórias eram nobres e plebeus, e heróis para dos perigos salvar.

As grandes bananeiras, que pelo quintal se aglomeravam a esplender.

Eram bananas curudas, que minha mãe apreciava cozinhar e comer.

Bananeiras altas e formosas, que encantavam a cada amanhecer.

E onde também a gente escrevia, para crendices esclarecer.

Certo dia de meu pai, uma lanterna diferente ganhei, para me distrair.

Ela era branca e vermelha, e na ponta carinhas para o medo inferir.

Tinha a de fantasma, drácula, caveira e outras para usufruir.

E no escuro, eu me divertia, assombrando os outros, e poder rir.

Minha vizinha querida, que deste mundo partiu deixando dor.

Gostava de mim, era como uma tia, e com um coração cheio de amor.

O que ela mais odiava eram baratas, pois tinha pavor.

E no dia primeiro de abril, como sempre, causei furor.

Uma barata morta, numa caixa empacotei para presentear.

E dei a ela, com muito carinho, e uma danação no olhar.

Ela abriu tão satisfeita, com um grande sorriso a enfeitar.

E deu um grito de pavor, jogou no chão, e fiquei a gargalhar.

Ela não gostou, brigou muito, e se fez discorrer.

Expliquei, que como era dia da mentira, ela tinha que arrefecer.

Mas, pedi desculpas, e prometi nunca mais isso fazer.

Eu não era má, só gostava de a todos entreter.

Certa vez, um bolo eu resolvi aprender a reproduzir.

E com uma tia falei para saber os ingredientes deveria unir.

Ela com paciência ensinou cada passo a seguir.

E quando a massa aprontou, ainda pronta, eu quis deglutir.

Ela disse que não estava assado, e que não era bom o sabor.

Falei, que aí que ela se enganava, pois, a massa é o melhor.

Crua, cremosa e gostosinha é muito apreciador.

Mas, ela disse que dava um rolo na barriga e causava dor.

Resolvi uma pipa fazer, e com o vento, vê-la plainar.

Comprei todo o material indicado, e me pus a trabalhar.

Sempre gostei de novas e divertidas coisas poder criar.

E lembro que ela era azul e vermelha, e amei com ela brincar.

Quantas noites em claro fiquei só espiando, para ver.

Meus brinquedos despertarem, depois do meu adormecer.

Queria pegá-los de surpresa, e com eles me entreter.

Mas, nunca aconteceu e me fez demover.

E as casas de lençóis que eu gostava de construir.

Pegava todas as cadeiras, virava e fazia uma cidade a reluzir.

E com os meus irmãos eu brincava, e era bom para distrair.

Minha mãe não gostava muito, era uma bagunça a luzir.

Construí no quintal uma casa de lençóis, certa vez, achei acalentador.

Pus dentro entre outras coisas, um fogareiro para meus talentos expor.

E resolvi fritar banana, dentro da casa, achava de grande valor.

Mas, a fumaça acumulou, e de um incêndio, quase fui provocador.

Enfim, lembrar da minha infância, me faz enxergar.

Que só tenho desta vida, agradecer e contemplar.

Os momentos maravilhosos, que meu pais puderam me dar.

Mesmo sem riquezas, tive muito o que apreciar.

Noélia Alves Nobre
Enviado por Noélia Alves Nobre em 24/11/2018
Reeditado em 24/11/2018
Código do texto: T6510498
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