ANOS DE MINHA INFÂNCIA ESCOLAR - RECORDAÇÕES PUERÍCIAS

Ao meio do ano, em uma nova escolar fui mandada para aprender.

Já sabia o abc, e agora tinha que novos ensinamentos a compreender.

Ler para mim, não era complicado, pois amo e tenho muito prazer.

A parte que dificultava, era ter horário para tudo, e a professora obedecer.

Isso complicava, já que em casa, não tinha encargos a atender.

Agora eram muitas tarefas para copiar no caderno, e em casa fazer.

E eu sempre fui teimosa, não sendo fácil, seguir regras e obedecer.

Gostava de puxar a cadeira na sala, para os alunos o traseiro no chão bater.

A professora era uma heroína, porque trabalho eu dava, nem sei porque.

Vivia eternamente de castigo, na sala, na hora do recreio, por desobedecer.

Mas, quando todos saiam, eu pulava pela janela e ia para o pátio correr.

Me dava melhor com os garotos, porque aprontávamos para valer.

E assim, o tempo foi passando, e muitas coisas eu tive que aprender.

Subia muros, pulava janelas, não tinha nada que conseguisse me deter.

E junto com um grupo de garotos, fazíamos toda danação que dava para ter.

Lembro que fiz teatro, no colégio, como uma árvore, e tive raiva de arder.

Certo dia, numa aposta, na janela alguém tinha que subir e espreitar para ver.

Logo me candidatei, pois, a minha natureza humana, adora coisas diferentes fazer.

E ligeiro subi naquele muro, e na janelinha fui olhar, para curiosidade ascender.

Vi coisas que não deveria, e fui vista também. Pulei e corri para valer.

Como tinha cabelos curtos, ideia da minha mãe, escapei sem querer.

Pois, estavam procurando por um garoto, e assim, me fiz desaparecer.

Enfim, amava aquele colégio, tinha muito o que lá fazer.

O recreio era maravilhoso, e brincávamos até nos encher.

Meu colégio era de padre, com festas religiosas a acontecer.

Lá fiz a 1ª eucaristia, apesar de não entender muito bem o porquê.

Desfilei no dia da independência, como médica a resplandecer.

E no primeiro ano, um louro de olhos azuis o meu chão fez tremer.

Na quadrilha do colégio, para dançar, todos tinham que um par ter.

Sonhei com o louro, mas um moreno de olhos verdes, me fez esquecer.

Teve também a cobra, que levaram para a gente poder conhecer.

A escola era boa, e alguns amigos deu para eu fazer.

Um dia terminou a aula, e uma chuva forte começou a descer.

Cansada e desocupada, resolvi a água de perto ir ver.

Sentei do lado de fora, nunca escada, para a água na minha pele bater.

Como fiquei ensopada, para este instituto não me deixaram volver.

E num ginásio de freiras, a minha vida tive que refazer.

Como era tudo diferente, amei, pois com o novo, gosto de me envolver.

Pela biblioteca, logo me fascinei, já que tinha tanto para absorver.

Fiz muitos novos colegas, e tudo me fez embevecer.

Achava lindo nos jardins, os girassóis e pinheiros com o vento a mexer.

Apreciava conversar com as freiras, para mais adscrever.

Na hora do recreio, entrava na biblioteca e esperava o sino bater.

E aí, com a porta trancada, todos os livros eu ia ler.

O Papa veio a cidade, para orar e ascender.

Quem fosse para ele cantar, iria de pontos se valer.

De roupa azul e feliz, no sol quente a aquecer.

Cantamos alegremente para ele esvanecer.

Foram anos de muitas traquinices, e também de muito aprender.

O colégio na infância é tudo de bom, pois ajuda a crescer.

Gostava do meu diretor que era padre que a música para o Papa ajudou a escrever.

E também, das freiras com as quais fiz amizade, e gostava de conviver.

Noélia Alves Nobre
Enviado por Noélia Alves Nobre em 21/11/2018
Código do texto: T6508098
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