MEU PRIMEIRO ANO DE COLÉGIO - RECORDAÇÕES PUERÍCIAS
Não é fácil entrar pela primeira vez em um local, e lá ficar.
Aquele monte de crianças que você não conhece, no mesmo lugar.
Muito barulho, agitação, gritos, risadas e correria sem parar.
A professora te olha, cumprimenta, fica feliz, e quer te ouvir falar.
A gente se sente perdido, sem nada entender e nem sabe para onde olhar.
Tem regras, carteiras para sentar, e silêncio enquanto a mestra vai explicar.
Tem a hora do recreio, crianças soltas no pátio, correndo para lá e para cá.
Um lugar para comprar o lanche, e você precisa fazer amigos para só não ficar.
Eu gostava no início de ficar em pé olhando tudo, para poder entrosar.
Dois alunos que se vestiam de Batman e Robin, corriam sem cansar.
A professora me ensinou um carneirinho perfeito e fofinho desenhar.
Mas, o que eu não apreciava, era quando tinha que pintar.
Tímida e calada, fiz poucos amigos, pois ficava sem saber me enturmar.
Um dia, teve o teatro de fantoches, que deixaram as crianças a exaltar.
Mas, do meu jeito desconfiado, fui atrás do palanque espiar.
E ao ver as professoras escondidas, gritei para todos, sem hesitar.
As crianças entristeceram, pois, os sonhos delas eu fiz desmantelar.
E as mestras com certeza, chateadas, queriam comigo brigar.
Enfim, eu era muito curiosa, e difícil de se enganar.
Mas, eu era de paz, e não de guerra, só que gostava de tudo minudenciar.
Teve uma festa de carnaval, para a qual eu tive que me fantasiar.
Parecia a Pedrita, com uma roupa curta e um adorno no cabelo a enfeitar.
Por ser muito tímida, eu não quis da festa com meus colegas participar.
E acabou que um deles, meteu o dedo no meu olho, e quase me fez chorar.
Naquele colégio, também pude pela primeira vez, me apaixonar.
Era um louro, gordinho, de rosto redondo, sardento e esperto, gostava de aproveitar.
Mas, ele não tinha olhos para mim, só para super herói imitar.
E no meio do ano, muito inteligente, me passaram de ano para melhorar.