INFÂNCIA NO INTERIOR - RECORDAÇÕES PUERÍCIAS
Quando meus pais resolviam viajar lá para o sertão, no interior.
Eu ficava muito feliz, pois eram mil aventuras e muito calor.
Tinha banho na vazante, com peixinhos que atacavam, vermelho, a cor.
E a viagem era uma aventura, quando por poças de água, não dava para transpor.
Todo mundo descia, e ia empurrar o fusca, de baixo daquele ardor.
E nunca faltava a lata com paçoca de carne de sol e banana para a fome do terror.
Era longa a viagem, mas com conversa, risada, cantoria e rimador.
Tudo era tão maravilhoso, que nem o suor descendo, era desanimador.
Naquela pequena cidade, com apenas uma praça, tinha também trovador.
Aqueles que fazem rima, na frente do bar, e cheios de muito humor.
Tinha engenho de cana, aonde faziam rapadura, e eu olhava como espectador.
E o alfenim, a gente puxava e o branco ia escurecendo até ficar duro e tentador.
A noite era fria e gostosa, e o céu estrelado, iluminado e inspirador.
Na praça somente uma televisão, para todo o povo assistir a imagem do receptor.
A casa que ficávamos, não tinha forro e nem banheiro interno, só no exterior.
Era uma vida pacata, com muita gente na rua de um povo acolhedor.