RECORDAÇÕES PUERÍCIAS - INFÂNCIA COM O MEU AVÔ MATERNO

Me chamava de índia, por gostar de correr, subir em árvores e me aventurar.

Sempre fui meio bicho do mato, e a todo tempo estava a aprontar.

Ele ria das minhas coisas, e dizia que eu nasci para o mundo desbravar.

Gostava de presentes em datas festivas, sempre me dar.

Uma vez, me levou em uma fábrica de bonecos de vinil, fiquei a exaltar.

Certo dia, lhe pedi uma casa de tecido, a qual ele me deu sem pestanejar.

Foi para mim, naquele tempo, um grande sonho que consegui realizar.

Ele fumava muito, e disso, nunca gostei, pois não é salutar.

Ele tinha um grande carro, no qual eu apreciava muito passear.

Pois era comprido, cor de vinho e atrás ele me colocava para sentar.

E ele ia de motorista, fazendo eu me sentir a rainha de Bagdá.

Sempre nos divertíamos bastante, e tínhamos muito a conversar.

Quando meu avô se foi, já não éramos tão próximos, como no limiar.

Mas, meu carinho por ele, continuou pelos anos a emanar.

Mesmos distantes, no dia a dia, já adulta, com ele pude contar.

O favor que me fez, na época me ajudou, e meu coração fez aquietar.

Noélia Alves Nobre
Enviado por Noélia Alves Nobre em 13/11/2018
Código do texto: T6501629
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