RECORDAÇÕES PUERÍCIAS - INFÂNCIA COM O MEU AVÔ MATERNO
Me chamava de índia, por gostar de correr, subir em árvores e me aventurar.
Sempre fui meio bicho do mato, e a todo tempo estava a aprontar.
Ele ria das minhas coisas, e dizia que eu nasci para o mundo desbravar.
Gostava de presentes em datas festivas, sempre me dar.
Uma vez, me levou em uma fábrica de bonecos de vinil, fiquei a exaltar.
Certo dia, lhe pedi uma casa de tecido, a qual ele me deu sem pestanejar.
Foi para mim, naquele tempo, um grande sonho que consegui realizar.
Ele fumava muito, e disso, nunca gostei, pois não é salutar.
Ele tinha um grande carro, no qual eu apreciava muito passear.
Pois era comprido, cor de vinho e atrás ele me colocava para sentar.
E ele ia de motorista, fazendo eu me sentir a rainha de Bagdá.
Sempre nos divertíamos bastante, e tínhamos muito a conversar.
Quando meu avô se foi, já não éramos tão próximos, como no limiar.
Mas, meu carinho por ele, continuou pelos anos a emanar.
Mesmos distantes, no dia a dia, já adulta, com ele pude contar.
O favor que me fez, na época me ajudou, e meu coração fez aquietar.