RECORDAÇÕES PUERÍCIAS - INFÂNCIA COM A AVÓ PATERNA

Baixinha, gordinha e zangada, como ela não tinha igual e melhor.

Admirava-a e a acompanhava, para adquirir seus conhecimentos com fervor.

Andava engraçado, e sempre bem depressa, e eu como fiel seguidor.

Era ligeira e versátil, e fazia tudo com muito carinho e amor.

Amava abraçá-la, tão fofinha e macia, parecia um espesso e gostoso cobertor.

Apesar da cara fechada e dura, sempre me dizia palavras de teor acolhedor.

Sabia ser dura, ríspida, exigente, sem nunca deixar de dar assistência como protetor.

Com pouco fazia muito, tinha um verdadeiro dom multiplicador.

Cozinhava com simplicidade, banha de porco e tudo muito inspirador.

Catava o arroz, desbulhava o feijão, contando histórias do seu passado de labor.

Torrava seus grãos de café, e moía diariamente, enchendo tudo com um delicioso odor.

No quintal, grande e arborizado, criava galinhas e juntava ovos de grande sabor.

À tarde, na sua cadeira de balanço, tricotava ligeiro como profissional conhecedor.

E no vai e vem da cadeira, me encantava com seu passado no sertão sofredor.

Me ensinou a lutar por meus sonhos, não me subjugar, e ser sempre um batalhador.

Tinha sempre ditados, que para a minha vida usei e uso, por serem de imenso valor.

Noélia Alves Nobre
Enviado por Noélia Alves Nobre em 07/11/2018
Código do texto: T6496603
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