Barreiro meu
BARREIRO MEU
Barreiro meu, Barreiro meu!
Tão grande quanto farto,
Tão simples quanto sublime,
Casa da minha infância.
Barreiro meu, Barreiro meu!
Das lembranças mais puras,
Aquele Barreiro Grande
Vasto mundo, sonhos de chão,
Barreiro meu, Barreiro meu!
Nele construí meu mundo,
Pequeno e imenso mundo,
Das coisas do meu sertão.
Barreiro meu, Barreiro meu!
Entre laranjas, bananas e mangas,
Passavam a vida... os sonhos...
Pequenos, mas doces sonhos.
Barreiro meu, Barreiro meu!
Longe dele, do cheiro de mel,
Doce dourado feito goma,
Saindo das mãos das sinhás
Para as mais inocentes mãos.
Que eram donas da vida, e do mundo,
Das travessuras nos bagaços de cana
Como não ser tão imensamente feliz...
Sendo sertão e tão dona dele?
Camila Nascimento.
São Luís, junho, 2000.