Nos tempos das Serenatas
Nas noites claras, pela luz da lua
Eu fazia serenatas p'ra minha amada,
Eu cantava canções em plena rua
Numa noite bonita enluarada.
Ao som de um violão bem afinado
No silêncio da noite se ouvia
A voz do seresteiro apaixonado
Acordando a amada que dormia.
Na sacada da varanda ela ficava
Contemplando a beleza do luar,
E eu, lá embaixo, nas cordas dedilhava
Uma linda canção pra lhe ofertar.
Boemia... serenatas, Boemia...Que saudade!
Dos meus tempos de jovem seresteiro,
Das canções que expressavam de verdade
Os meus sonhos daquele amor primeiro.
Hoje, nesta noite enluarada,
Contemplando a beleza do luar
Eu e ela sentados na calçada
Recordando ficamos a relembrar
As serenatas que outrora eu fazia
Nas madrugadas frias quando eu cantava
Com a voz rouca, desafinado eu repetia
A mesma canção que sempre eu encerrava.