GUILLAIN BARRÉ EM VERSO
Do sentido ao sem sentido
Foi caindo a ficha do ocorrido,
Entre a razão e a emoção
Não se vê quem vence não.
Um dia dorme tranquilo
No outro quase desfalecido
Vai perdendo o levantar
O incrível prazer de se movimentar,
Só fica ali intacto
Esperando alguém ajudar.
E depois do sintoma citado
É necessário ter um resultado
E dali se inicia os momentos de calvário,
É agulha pra todo lado
Que por mais impossível que for
Você não sente nem de olhos fechados
O local em que é aplicado
Que surreal esse verso falado,
Mas nada comparado com o que é vivenciado.
E com o resultado em mãos,
Não tem previsão de alta não,
O hospital vira a segunda casa
Triste realidade, não?
É tirado os alimentos, líquidos e banho no chuveiro.
E isso não é nem a metade,
Posso confirmar com total convicção
Que só fazemos um peso na terra,
Mas nunca pensei em desistir não!
Em alguns dias do ocorrido
Fui levada ao coma induzido,
Ao acordar não se sabe direito
O seu quadro, seu desfecho,
Só que estava cheia de dor
E toda aparelhada,
Que momento de horror...
Os dias vão se passando
E só cabe a você aceitar
Que a força vem de dentro
E que é necessário continuar.
Nem de verso rimado
Sou capaz de detalhar o relato
Que só de recordar
O meu peito vem apertar
E ao longo dessa poesia
Um sentimento veio transbordar
Ele se chama gratidão
E os meus olhos fez molhar
Mesmo depois do acontecido
Nunca me tirei o riso
E é isso pra quem vem questionar,
A resposta é bem direta,
Não tem doença na certa
Que meu Deus não possa curar!