ANTIGA ESTAÇÃO
Neste restaurante,
todos anseiam a cada instante
a vinda daquele trem.
Mas a conclusão dos olhares saudosistas,
é de que ele não vem.
Aquele trem que vinha a pleno vapor,
com um som despertador,
desfilava num único caminho;
a sua velocidade fazia girar os moinhos!
O maquinista sempre chamava
os seus companheiros
para que vissem a beleza dos matagais,
das serras, das auroras com o trem mineiro!
Ele sempre saía no horário;
muitos que não o viam,
achavam que era lendário.
Mas para o tempo, não conseguiu dar o salto,
e os seus trilhos desapareceram no asfalto!
Todos testemunharam quando lançou
a sua última fumaça,
deixando-os com os olhos rasos d'água.
Não sei para qual rumo seguiu.
Deve ter ido descansar
em qualquer canto do Brasil.
Neste restaurante fico a assoviar
a sua memorável canção;
neste restaurante,
que também já foi uma estação.
Gabriel Eleodoro
Rio de Janeiro, de 30 de maio a 08 de junho de 2002.