CÍRCULO
No antigo tique-taque dum relógio
Na sala se vê um refúgio do tempo,
Construção arcaica que agora intento
Para que taciturno eu combata o ócio.
Enigmas me envolvem e sou a tutela
Dos ruídos que se exalam concomitantes...
Tudo é parafernália dos ricos instantes
Que, suntuosos, tudo das horas revelam.
Em marcha a vida prossegue meio atônita
Num ritual de exuberância assaz sinfônica,
Pois do badalar se percebe o tom da música.
Sintomas de silêncio... É solidão e saudade,
E se chega à velhice, lembra a puberdade
Como início dum viver pleno de acústica!
DE Ivan de Oliveira Melo