CÍRCULO

No antigo tique-taque dum relógio

Na sala se vê um refúgio do tempo,

Construção arcaica que agora intento

Para que taciturno eu combata o ócio.

Enigmas me envolvem e sou a tutela

Dos ruídos que se exalam concomitantes...

Tudo é parafernália dos ricos instantes

Que, suntuosos, tudo das horas revelam.

Em marcha a vida prossegue meio atônita

Num ritual de exuberância assaz sinfônica,

Pois do badalar se percebe o tom da música.

Sintomas de silêncio... É solidão e saudade,

E se chega à velhice, lembra a puberdade

Como início dum viver pleno de acústica!

DE Ivan de Oliveira Melo

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 02/09/2018
Código do texto: T6437804
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