PREFERI DESEMPREGO À INDÚSTRIA DE ARMAS
A bomba.
A mesma que rendeu-lhe proventos
Na indústria em que trabalha,
Ela mesma
Espirrou, ao explodir, as vísceras
Daqueles que poderiam dar-lhe respostas...
A bomba,
Cuja explosão encanta pelo engenho,
Desfigurou centenas de cenhos.
A bomba!
A bomba
Que rende à cidade auspiciosos impostos,
Essa mesma,
A que movimenta a Economia,
Pôs THE END às vidas inocentes,
Não foi um final feliz! Não foi nem um filme!
A bomba,
A soberana, a que adorna o arsenal,
Foi e será, talvez ou decerto, a causa do Mal.
A bomba!
NOTA: O título era "Por que não trabalhei na Avibras", indústria bélica de São José dos Campos na década de 80, que vendeu bombas ao Irã e Iraque e cresceu e morreu com essa guerra. Posso ter milhões de culpas, mas essa não, preferi o desemprego numa recessão a trabalhar nisso e acho que quem aceita trabalhar nisso não presta.