CAIXINHA DE MÚSICA II

Um bezerrinho do jogo de memória,

Carrinho de madeira sem rodas e lataria,

Índio plástico no posar clássico,

Um livro amarrotado de histórias.

A tia que cantaria ou não cantaria.

Bichinhos estampados, sorrisos tácitos.

Um Sol a girar sobre meu quintal,

Nascente e poente sobre dois muros.

Confetes, serpentinas, marchas de Carnaval.

Existência de um ser tão sertão no futuro.

Nódoas dadas às roupas pelos caquis.

Fumaça de uma choupana com chaminé.

De um viveiro contemplam-me saguis,

Nada podem caciques contra pajés.

Camilo Jose de Lima Cabral
Enviado por Camilo Jose de Lima Cabral em 19/08/2018
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