Laranjeira

Havia, abaixo do largo monte,

Acima de uma videira,

Numa relva de cores vibrantes,

As calhas de uma laranjeira.

Plantada em solo distante,

Longe das terras alcoviteiras.

Perto dos mares triunfantes,

Ao lado de tumbas traiçoeiras.

Sublime, porém errante,

Moldada em raízes rasteiras.

Contada em romances Cervantes,

Como raspa de brisa em bandeira.

Por hora o desencanto a saboreia,

Tomando-na em risos deflagrantes

Zombando o término de sua candeia.

Mas inesquecível será, o tal acre sabor,

dessa laranjeira...