A PEDRA DA PONTE

Francisco de Paula Melo Aguiar

Que poesia há na estrada poeirenta de Maraú?

Além do lúgubre das faces desdentadas

Gente de roupa desbotada

Vício, ócio e duro ofício diário

No caminho do roçado, bóia fria e enxadas!

A pedra da ponte do Gurinhém, inerte, contrasta

com o ruge-ruge frenético dos carros de bois,

o frenesi das cantigas no plantio e no corte de cana...,

o zum-zum nervoso das cirandas, dos bois-de-réis,

dos violeiros, dos pastoris e das lapinhas dos fins de semanas...

As lamparinas resistem à luz elétrica

Procissões, novenas e jogo de caipira...

de bozó...esplandim

o carteado de baralho no lasquinê, bacará,

e relancim...

Burinete sempre que perde no jogo...

Perde a estribeira...

Aqui e acolá surge um fato novo no “cassino” de Fofó!

Segundo o velho Candeia em sua filosofia vã:

Jogatina é azar sem eira e nem beira...

FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR
Enviado por FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR em 12/07/2018
Reeditado em 13/07/2018
Código do texto: T6388208
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