A PEDRA DA PONTE
Francisco de Paula Melo Aguiar
Que poesia há na estrada poeirenta de Maraú?
Além do lúgubre das faces desdentadas
Gente de roupa desbotada
Vício, ócio e duro ofício diário
No caminho do roçado, bóia fria e enxadas!
A pedra da ponte do Gurinhém, inerte, contrasta
com o ruge-ruge frenético dos carros de bois,
o frenesi das cantigas no plantio e no corte de cana...,
o zum-zum nervoso das cirandas, dos bois-de-réis,
dos violeiros, dos pastoris e das lapinhas dos fins de semanas...
As lamparinas resistem à luz elétrica
Procissões, novenas e jogo de caipira...
de bozó...esplandim
o carteado de baralho no lasquinê, bacará,
e relancim...
Burinete sempre que perde no jogo...
Perde a estribeira...
Aqui e acolá surge um fato novo no “cassino” de Fofó!
Segundo o velho Candeia em sua filosofia vã:
Jogatina é azar sem eira e nem beira...