LAGOA DA PAJUÇARA
Francisco de Paula Melo Aguiar
Cadeira 7 – Academia Paraibana de Poesia
A grande lagoa cheia de lama e junco
mais bela que qualquer outra lagoa...
banhava a minha pequena grande aldeia – a Fazenda Maraú.
A grande Lagoa da Pajuçara
maior que qualquer outra lagoa...
aguava as hortaliças de meu pai e também minha veia.
Afeitos à solidão de corpo e alma
pescadores em pequenas canoas ou balsas construídas de rolos de bananeiras, tornam esplêndido o cenário da Lagoa da Pajuçara de minha infância, que o rio Gurinhém afluente do Paraíba represava...
Ao acaso do ocaso, entre o côncavo e o convexo talhavam-se silhuetas
como se por mãos fossem feitas
para descortinar ou descobrir tal magnitude em minha visão infanto-juvenil.
O seu crepúsculo voltarei a contemplar em tempos outros...
Para afogar em suas águas minhas mágoas ou alegrias,
deste coração minúsculo, ventania, lagoa da Pajuçara
que o tempo passou porém não apagou de minha mente.