OUTRORA
Quanto mais chorava, mais eu sorria...
Descia o dia tímido rumo à noite agitada
E eu, criança, pululava a correr na calçada
À espera do ocaso para dissipar as fantasias!
Quando surgia a Lua, já cintilavam as estrelas
E o deserto chegou quente, em total alvoroço
Trazendo à meninada tristeza a contragosto,
Pois era a hora do banho e de outras retretas.
A cama era o destino final daquele lindo dia...
Um novo alvorecer se renovava e eu consumia
A imagem de como seria a mais nova alvorada!
Todavia um céu cinzento anunciava tempestade...
Aí, então, chorava que chorava... Era calamidade
Do Sol que se escondia... O dia era madrugada!
DE Ivan de Oliveira Melo