NO RITMO DO VENTO

Ela se encantava
Se familiarizava
Dançava
Rodava o vestido.

Ela abria
A alma menina - sorria
Pertencia
Ao universo transcendido.

Ela reverberava
Transmutava - evolava
Ignorava
O ambiente empobrecido.

Ela bendizia
Os seus lúdicos dias
Cria
Em um jardim sempre florido.

Ela me olhava
Me amava
Me chamava
De irmão preferido.

Ela parecia
Parece tanto com Maria
Mãe e filha - sintonia
Em todos os sentidos.

Ela se doava
Não se conformava
Se reinventava
Nada estava perdido.

Ela se comovia
Esperançava a poesia
Movia na travessia
Um olhar destemido.

E eu me reencontrava
Me matizava
Por ela acordava
O eu menino há tempos  adormecido.

No ritmo da ventania
Ela cresceu ascendeu a mulher-Lívia
O real superou a fantasia
Mundo adulto - embrutecido.

A infância que se mostrava
Inseparável companhia
Se tornou fugidia
Um quadro obscurecido.

Mas o amor cara irmã
Se renova a cada manhã
Ah! o amor cicia
Em nossos ouvidos.

... E nós permanecemos unidos.