Um poeta no ônibus (Uma homenagem ao poeta Fernandes)

Foram poucas as palavras trocadas, frases soltas e desconexas

e em meio a versos livres, uma voz quebrava o silêncio

e rompia o barulho das vozes.

Ele, um rapaz de feições simples,

Sorriso curto e cabelos negros,

barba falhada e semblante triste.

Rios de gargalhadas em um ônibus escolar,

lotado, é bem verdade, mas quantos não dariam tudo para estar lá,

Sei que era bem gostoso nele viajar.

Nem o calor escaldante da rodovia,

nem os gritos estridentes do lado de cá faziam ele parar,

pois aquele jovem ali presente continuava a recitar.

Alguém gritou um nome: - Fernandes, continue a declamar!

foi ai então que ele me olhou, mesmo sem eu o notar,

ao olhar para ele então, fiz um gesto para não parar.

Notei que a alegria em seus olhos,

nem só por um segundo conseguia disfarçar,

o Harlon o cumprimentou e vi todos a sussurrar,

- Quem é este poeta que está a nos agradar?

Deixei a emoção ali se soltar,

vi com alegria e assombro,

tantas palavras ele usar.

Eu nem sei como tive a sorte daquele rapaz eu encontrar,

mas o mais surpreendente disto tudo

é que eu já estive naquele lugar.

Sempre sonhei em ser um poeta,

que leva a vida em agradar as pessoas que o leem

ou o ouvem a recitar!

Adílio Junior de Souza
Enviado por Adílio Junior de Souza em 18/04/2018
Reeditado em 18/04/2018
Código do texto: T6311797
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