O QUINTAL DO RUI

O Rui era um libertino e ladino miúdo,

Brincava no seu quintal com o amigo

Chimpanzé que nunca o abandonava,

Faziam judiarias aos pobres pássaros,

Ficando impunes, nunca castigados.

Corriam atrás de lagartos e sapos,

Lançavam pedras aos morcegos,

E às mangas, que adoravam comer,

Era uma vida livre e de belo prazer,

Que os deixava felizes e possessos.

Jogavam às escondidas e à macaca,

Comiam bananas e jinguba torrada,

Que tiravam sorrateiramente da loja.

Jogavam com uma bola de trapos,

Ao fim do dia pareciam uns farrapos.

Vida aquela de dois veros amigos,

Que recordo com saudade e pena

De não mais poder repetir cenas

De diversão e muita comunhão

Que vivíamos com muita emoção.

Ao fim do dia minha irmã cuidava

De nós com forte barrela e sabão

Azul e branco, água com creolina,

Vestia o meu pijama, ia pra cama,

Cansado, dormia profundamente.

Ruy Serrano - 09.03.2018

Ruy Serrano
Enviado por Ruy Serrano em 09/03/2018
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