TEMPESTADE (quem não passou por uma?)
Sei que um dia você voltará,
quando a tempestade passar
e no coração, por certo ficará,
doce lembrança do seu olhar!
Tenho, mas tanto, para te dar,
todo meu tempo e esperança,
de podermos, quiçá encontrar,
os velhos tempos de criança!
Chuvas, trovões, raios! Alheios
mesclados ao querer e receios!
A pretensão da chuva continuar
e o nosso querer jamais acabar!
Ainda, muitos resíduos restaram:
da tempestade e dos seus beijos.
As poças nas ruas remanesceram,
assim como, os agitados desejos:
do seu medo, da chuva caindo,
molhando seus negros cabelos,
do céu, da noite escura sorrindo,
dos raios e dos nossos anelos!
Os ventos levaram, tão sentidos,
os nossos interesses perdidos,
quiçá esperam a tormenta passar
para eu mais uma vez te amar!
Deixo as janelas escancaradas,
para ver a chuva cair na calçada,
voltando aos tempos estrondosos
de criança, mágicos, maravilhosos.
d.lage.