TEMPESTADE (quem não passou por uma?)

Sei que um dia você voltará,

quando a tempestade passar

e no coração, por certo ficará,

doce lembrança do seu olhar!

Tenho, mas tanto, para te dar,

todo meu tempo e esperança,

de podermos, quiçá encontrar,

os velhos tempos de criança!

Chuvas, trovões, raios! Alheios

mesclados ao querer e receios!

A pretensão da chuva continuar

e o nosso querer jamais acabar!

Ainda, muitos resíduos restaram:

da tempestade e dos seus beijos.

As poças nas ruas remanesceram,

assim como, os agitados desejos:

do seu medo, da chuva caindo,

molhando seus negros cabelos,

do céu, da noite escura sorrindo,

dos raios e dos nossos anelos!

Os ventos levaram, tão sentidos,

os nossos interesses perdidos,

quiçá esperam a tormenta passar

para eu mais uma vez te amar!

Deixo as janelas escancaradas,

para ver a chuva cair na calçada,

voltando aos tempos estrondosos

de criança, mágicos, maravilhosos.

d.lage.

Domingo Lage
Enviado por Domingo Lage em 10/02/2018
Reeditado em 17/02/2018
Código do texto: T6250045
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