Reviravolta
Creio que sou capaz de estancar a ferida
Estar decidida
de acabar com tudo de vez.
De acalmar os ânimos
de ter um olhar sereno,
singelo,
sem nada a temer.
De acalmar os monstros de dentro
E me fazer sorrir
sem nenhum lamento,
Do que fui
Do que éramos
Do que hoje é pó.
Me acalma e me faz crer
Que tudo foi uma breve passagem,
De alguém que não se reconhece mais.
Pra alguém que não se olha,
Não percebe,
Não se toca
Que acabou morrendo por dentro,
Que aos poucos foi se desfazendo
No seu próprio ego.
Sorvendo o dissabor
enganando a solidão.