A MORTE DA PERDIZ
A MORTE DA PERDIZ
Era uma idílica tarde domingueira
E as gentes do lugar
Aproveitavam para descansar,
Sem pensar em segunda-feira.
A brisa transpirava aromas sazonais,
Rolas arrulhavam nos pinhais,
E as meigas andorinhas
Teciam no céu fantasiosas linhas.
Ah! Como brilhava aquele sol
Que deixava mais azul o azul do céu
E o rio pachorrento a passar,
Com vontade de ficar...
Perdizes andavam felizes
Pelas várzeas descuidadas
Mas grandes aflições,
A elas estavam reservadas.
Astuto caçador, sorrateiro,
De faro de cão perdigueiro
Quebrou o doce encanto,
Daquele dia que era santo.
De de chofre, um estampido
Deixa o azul do céu ferido
E uma infeliz perdiz, exangue
Macula o azul do céu de sangue.