ÉVORA DEIXEI

ÉVORA DEIXEI

Évora linda cidade,

onde a noite me viu nascer

agora com saudade

estes versos vou escrever.

Em Évora minha infância passei

com meus pais ao meu lado,

cidade que tanto gostei

até me tornar soldado.

Em Évora eu conheci

o meu primeiro amor,

foi lá que aprendi

a sentir o que era a dor.

Meu pai Deus o levou,

nossa irmã foi a seguir

minha mãe muito passou

para nos criar conseguir.

Nos Salesianos andei,

amor e cristandade aprendi,

na comercial estudei,

à mocidade pertenci.

A apentecite me atacou

não mais quis estudar,

a minha mãe então ordenou

que eu me fosse empregar.

Por marçano comecei

na mercearia do senhor paulo,

aprendi e me esforcei

trabalhei até criar calo.

Mas depressa me mudei,

e para o titan fui trabalhar

e ali me dediquei

maior salário fui ganhar.

Lá, de tudo eu pratiquei

desde a montra lavar,

muitos fregueses aviei

até na fábrica trabalhar.

Mais tarde o patrão mandou

da sede conta tomar,

mais responsabilidade ficou

e a pracista fui parar.

Alguns anos trabalhei,

e à noite fui estudar,

mais algum dinheiro ganhei

para minha mãe ajudar.

Mas já farto de canseiras,

na tropa me fui alistar

era jovem, mas sem peneiras

em Tavira e no exército iria ficar.

Fiquei então a conhecer

como homens se formavam,

muito tive que aprender

e todos de mim gostavam.

Para Aveiro então segui,

uma recruta fui ministrar,

muito também aprendi

antes de ir para o ultramar.

Por Évora ainda passei,

mas em extremoz fui ficar,

em évora-monte acampei

no india fui embarcar.

De Évora me despedi

quando a automotora passou,

em meus braços recolhi

beijos de quem me amou.

Mãe e irmâs adoradas,

de mim se despediram

ali ficando caladas,

de seus olhos lágrimas cairam.

A Évora disse adeus,

para lLsboa segui,

e amores que eram meus

para sempre os perdi.

Mas neste humilde coração,

a saudade se instalou

foi o começo e então

meu amor se reforçou.

De Évora jamais esquecerei

do amor que lá deixei,

da vida que lá vivi

para sempre recordarei.

ALENTEJANO ORIENTAL
Enviado por ALENTEJANO ORIENTAL em 24/08/2007
Código do texto: T621239