Lembranças de um tempo que não vivi

É essa coisa de memória:

De criar, de se alimentar, de fazer cair purpurinas

frente aos nossos olhos, de uma tal leveza

Que vivo sensações as quais não vivi...

O coração chorando

A minha alma sangrando

Os meus olhos lacrimejando

E a saudade apertando...

Andar por bosques imaginários

Ao som inusitado dos pássaros

E o mero sentimento de que o vento me leva

Me leva bem devagarinho...

Me vem à cabeça imagens do pôr do sol

E não é esse que vejo todos os dias

É justamente aquele que nunca vi.

E me pego presa à alegria de criança

No pedalar da bicicleta

Na imensidão de uma rua, para mim,

O mundo.

Reacendo em mim os risos soltos

Em meio aos outros

A inocência da rebeldia

E até um universo obscuro criado dentro de mim

Só por vaidade.

Os raios de sol eram mais fortes

E eu, mais radiante!

Porém

Tão feia e estranha

O que não era o “x” da questão.

Lembro-me do que senti e vivi

De alguma forma

É, eu lembro dessa forma

Forma de carinho

Doce nostalgia

Melancolia iluminada

Sentimentos transportados para a memória

E uma imensa vontade

Talvez, apenas vontade, de voltar aos tempos

Que eu vivi...

Com esse mesmo brilho ao qual olho a vida agora

Pois, sendo assim

Que caiam em abundância, lentamente

Purpurinas no campo de minha memória

Poderosa e infalível memória

Tendo isso

Reviverei ou somente viverei milhões de boas sensações

Até o meu último suspiro...

Gracy Morais
Enviado por Gracy Morais em 29/12/2017
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