Quando o amor força a porta

Espero que rompas o silêncio, e me procures.

Anseio que ligues. Preciso que fales que sente minha falta.

Conto o tempo para que chegue

aquela hora, a tua, em que me dizias com voz suave

sem pressa, o que se passava em teu coração.

Ao sentir-te tão próximo, cativa, fugi.

Você não percebeu meus subterfúgios de mulher...

Mandei-te embora, fria e insensível.

Depois chorei, abraçada ao travesseiro...

E agora, o silêncio pesa, as horas passam e tu não ligas.

Não me respeites tanto assim, necessito que ouses.

Sempre fujo.

Ainda mais quando o amor ameaça forçar a porta

que trago tão bem trancada...

Protejo-me com minha mais vistosa armadura,

cubro os espelhos para que não me denunciem

a alma atormentada que insiste em gritar pelos meus olhos...

Rompa o silêncio.

Espero, aflita, ser libertada pelo som da tua voz dizendo:

- Deixe-me tentar!

Terás que insistir, para que eu acredite.

Terás que soltar essas amarras já tão empedernidas,

envolver-me em teus braços,

longa e docemente,

e deixar teu coração falar diretamente ao meu,

até que venças minha resistência.

Aguardo que venhas...

Tu serás o primeiro a entender minhas fragilidades

e apostar nesse amor catártico

para rasgar em mil pedaços

esse despropositado e obstinado medo de ser feliz...

Lyzzi
Enviado por Lyzzi em 03/12/2017
Reeditado em 03/12/2017
Código do texto: T6188816
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