Lembranças diluídas...

.

Hoje,

me lembrei da boneca

que não tive,

da boneca tão sonhada,

e retida na memória

de minhas lembranças.

Amei todas que

se atreviam

olhar para mim,

através do vidro,

do exílio

das vitrines embaçadas.

Eu as amava

e as inventava,

tão bonitas,

tão sonhadas.

Amava seus vestidos,

seus olhinhos

sempre tão azuis.

Amava tanto,

sobretudo

porque não tinha,

e então eu as sonhava,

numa vaga esperança

de quem sabe, ganhar, um dia.

E foi assim,

dessa lembrança diluída,

que surgiu

o meu primeiro

verso torto, de menina.

MIRAH
Enviado por MIRAH em 19/11/2017
Reeditado em 20/11/2017
Código do texto: T6176604
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2017. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.