Auto retrato
Auto-retrato
Da menina que eu era, de boneca abraçada.
De vestidinhos aos folhos, de saiotes engomados.
Da alegria de viver, e pelos campos a correr.
Das estrelas contar, e elas não tinham fim.
Do céu azul admirar, e querê-lo ao pé de mim.
De no mar chapinhar, e das ondas a empurrarem-me.
De na areia fina fazer, castelos de encantar.
De subir para os montes, para flores encontrar .
De lindos ramos fazer, para ir a correr ofegante,
com o brilho no olhar , ansiosamente contente.
Para os ir oferecer à minha mãe.
.De rolar, em prados verdes, e muito me regalar.
De terras que visitei e onde também vivi.
Que as trago sempre vivas, aqui dentro de mim.
Das gentes que eu amei, e daquelas, que não gostei.
De tudo o que semeei ,e que o fruto colhi.
E também do que perdi, porque muito mal o cuidei.
Tragédias e contendas, alegrias e bonanças.
Muita esperança ,muitos sonhos e alegrias.
Lágrimas vertidas de amor e de muito ardor.
Os lutos que fiz para minha alma aquietar.
Os dias e as noites, em que o pranto me abatia.
E os dias de exaltação, por tanto contentamento.
O que fiz, o que não fiz.
O que quero ainda fazer.
E o que resta agora de mim?
Apenas uma pena, presa à minha mão fechada.
Que com ela escrevo, incansável, o que me dita a minha alma.
Mas, esta vontade minha de viver com emoção, não a perdi não.
está aqui viva , latente, ofegante, emocionante,
como quando apanhava as flores do campo
e a correr, as ia oferecer á minha mãe.
De T, ta
Agosto de 07
Auto-retrato
Da menina que eu era, de boneca abraçada.
De vestidinhos aos folhos, de saiotes engomados.
Da alegria de viver, e pelos campos a correr.
Das estrelas contar, e elas não tinham fim.
Do céu azul admirar, e querê-lo ao pé de mim.
De no mar chapinhar, e das ondas a empurrarem-me.
De na areia fina fazer, castelos de encantar.
De subir para os montes, para flores encontrar .
De lindos ramos fazer, para ir a correr ofegante,
com o brilho no olhar , ansiosamente contente.
Para os ir oferecer à minha mãe.
.De rolar, em prados verdes, e muito me regalar.
De terras que visitei e onde também vivi.
Que as trago sempre vivas, aqui dentro de mim.
Das gentes que eu amei, e daquelas, que não gostei.
De tudo o que semeei ,e que o fruto colhi.
E também do que perdi, porque muito mal o cuidei.
Tragédias e contendas, alegrias e bonanças.
Muita esperança ,muitos sonhos e alegrias.
Lágrimas vertidas de amor e de muito ardor.
Os lutos que fiz para minha alma aquietar.
Os dias e as noites, em que o pranto me abatia.
E os dias de exaltação, por tanto contentamento.
O que fiz, o que não fiz.
O que quero ainda fazer.
E o que resta agora de mim?
Apenas uma pena, presa à minha mão fechada.
Que com ela escrevo, incansável, o que me dita a minha alma.
Mas, esta vontade minha de viver com emoção, não a perdi não.
está aqui viva , latente, ofegante, emocionante,
como quando apanhava as flores do campo
e a correr, as ia oferecer á minha mãe.
De T, ta
Agosto de 07