SABIÁ
Sabiá
Na palmeira, lá no alto,
Evitando sobressaltos,
Sabiá fez o seu ninho
E quis o céu por vizinho.
Da cumeeira de palha,
Tirou ciscos, fez a malha.
Seu castelo encantador,
Pra viver e amar o amor.
Com o sol no horizonte,
Num despertar, bem defronte,
Sabiá entoa um canto
Que, em cada canto, se encanta.
Alça voos pelas matas,
Passa pontes e cascatas,
Passa por bois e boiadas,
Pelo ingazeiro da estrada.
Pousa na beira do rio,
Com liberdade e tem brio.
Pula, bica... em passarela,
Na imensidão da janela.
E se a chuva chover,
Sabiá deita a correr.
Bate asas, sobrevoa
E um novo hino, entoa.
E quando o dia adormece,
Cerra os olhos em prece,
Em prece de passarinho,
Que quis o céu por vizinho.