SABIÁ

Sabiá

Na palmeira, lá no alto,

Evitando sobressaltos,

Sabiá fez o seu ninho

E quis o céu por vizinho.

Da cumeeira de palha,

Tirou ciscos, fez a malha.

Seu castelo encantador,

Pra viver e amar o amor.

Com o sol no horizonte,

Num despertar, bem defronte,

Sabiá entoa um canto

Que, em cada canto, se encanta.

Alça voos pelas matas,

Passa pontes e cascatas,

Passa por bois e boiadas,

Pelo ingazeiro da estrada.

Pousa na beira do rio,

Com liberdade e tem brio.

Pula, bica... em passarela,

Na imensidão da janela.

E se a chuva chover,

Sabiá deita a correr.

Bate asas, sobrevoa

E um novo hino, entoa.

E quando o dia adormece,

Cerra os olhos em prece,

Em prece de passarinho,

Que quis o céu por vizinho.

Maria Eunice Lacerda
Enviado por Maria Eunice Lacerda em 02/10/2017
Código do texto: T6131211
Classificação de conteúdo: seguro