Porta Retrato

Emoldurada, eu lhe contemplo toda noite,
sua imagem, sem teu corpo, frio açoite,
sempre quero te ver antes de dormir,
é essa, a única maneira de sorrir.

Sujo de tinta eu tento em rabiscos,
te fazer viver em suaves riscos,
pois somente em rimas e trovas,
de amor, sempre lhe dou provas.

Na tela vazia, oh dolorosa expectativa!
mais uma vez, em nova tentativa,
de enganar a dor que fere o coração,
em meio àquela forte, sublime devoção.

Tarde da noite, plácido, ao adormecer,
sua silhueta, seu aroma, não vou esquecer,
a primeira letra de seu nome, doce parecer,
quando ainda sonhando, nasce o alvorecer.

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Marcus Hemerly
Enviado por Marcus Hemerly em 13/08/2017
Reeditado em 15/12/2017
Código do texto: T6082592
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