GATO GRATO
Era uma vez
A vez de um gato grato
Que chegou em festa
Para a festa que não houve
Em meu aniversário
Mas ele era de peixes
Quase aquário Mas não desistia
Enquanto lá fora chovia
E esse gato grato
Tornou-se meu amigo
(Sempre de fino trato)
E de muitos também
Firmou-se em parceria
Com o meu par de bem
Pois delas tornou-se um filho
Que cresceu e virou neném
E eu, bôbo e num mimo, dele virei bobô
Pois dessa amizade, de tão firme
Éramos confidentes e solitários
Companheiros de estripulias
Hoje eu sou seu tradutor
Já que o gato grato e gatuno
( Assim eu o chamava também)
Atendia-me por mil nomes
Que eu o chamasse, sem desdém
Pois era, foi e foi-se
Esse gato, grato gatuno
Hoje ele deu para o além
O seu último pulo, e até chovia
E não ensinou a ninguém
Deixando-nos a pensar
O quanto ele nos ensinou
Em união e bem querer
Agora ele é um passado
Que não pára de nos lembrar
Que dele não vamos nos esquecer.
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BA, 07-08-1917. Ao meu amigo KRIG-HA BANDOLO, ou apenas Doloso. Hoje ele se engatinhou para o além!