Caminho aberto
Plantas reincidentes
à beira do caminho
sobrevivemos
aos vergões das agruras
E no íntimo essa vontade
teimosia em renascer
como flor
no mesmo galho
aonde outras já se fanaram...
loucura!
Esses marços que trazem sempre
as belas borboletas brancas!
Sinto saudades de tanta coisa
de ti, de nós, das manhãs
distraídas
do que parecia eterno...
Ficou teu nome farquejado
no tronco daquela árvore...
e hoje chora em seiva
as minhas lágrimas!
Pra trás da cerca da memória
ficaram nossos verdes anos
aquele velho poste de uma nudez ressecada
lembra?
aquele velho poste
pedaço do que foi árvore
como enforcado esquecido no caminho...
machucado de espinhos
qual um Cristo...
As águas daquele rio
de tardes eternas
escoam lembranças
e saudades!
Mas para o norte há vida, não vês?
Olha para frente, amigo!
Caminhemos...