Da Bahia pra Minas Gerais
 
Partindo de Canavieiras
Onde o cacau deu uma queda
Saímos em busca do troco
Bem longe, o povo me espera.
Chegando em Itapetinga
Liguei pra mãe sem demora
- Filha você está muito longe!
_ Humm! Longe estou é agora.
 
De lá segui mais pra frente
Itambé e Vitória da Conquista
Nas duas também trabalhei
Mas quase vendi só a vista
Naquela serra do Marçal
Muito susto, ali eu passei
Mas isso faz parte da estrada
Pra Minas, agora eu irei
 
Entrando nas Minas Gerais
Espinosa logo eu achei
Mato Verde e Monte Azul
Vendedoras, lá encontrei
Adiante achei Janaúba
Onde também trabalhei
Logo avistei Montes Claros
Cidade onde mais demorei
 
Me afastando um pouco de lá
Bocaiúva, fiquei só um dia
Engenheiro Navarro e Dolabela
As duas, fazia num dia
De volta pra Montes Claros
Já no finalzinho do dia
Com destino a Pirapora
No outro dia eu partia
 
Passando por Luislândia
Encontrei uma mulher sofrida
Essa marcou minha história
Igual, nunca tinha visto na vida
Mulher já perdendo esperança
Ali na minha frente pedindo
Que desse uma oportunidade
E eu vi que merecia confiança
 
João Pinheiro e Paracatu
Já no caminho de Brasília
Aproveitei conheci a capital
Lá, lembrei da família
Voltei pra passar o natal
Festa de reveillon, beira do mar
Sossego do meu interior
Lugar bom pra se morar
 
De volta pra estrada segui
Agora por outras paragens
O estado de Minas é grande
Belo Horizonte, Betim e Contagem
As três juntinhas, confundo
Não sei em qual delas estou
Ali, mostrando pro mundo
O sinal que o progresso chegou
 
Me atrapalho também com as três
Fabriciano, Timóteo e Ipatinga
Riquezas do nosso Brasil
Região do aço de Minas
João Molevade , Nova Era
Suas curvas me assustavam
Mas, em compensação
Suas montanhas me encantavam
 
Chegando em mais uma curva
Achei mais uma cidade
A encantada Itabira
De Carlos Drumond de Andrade
Ali fiquei por uns dias
Trabalhei em Barão de Cocais
Ouro Preto e Mariana
Principais de Minas Gerais
 
Januária, São Francisco
Pedras de Maria da Cruz
Na beira do Velho Chico
Ali também trabalhei
Na balsa atravessamos
E mais um susto eu passei
Na volta dessa aventura
Brasília de Minas, em Mirabela eu parei.
 
Em Patos de Minas eu vi
Uma grande festa acontecer
A festa do milho minha gente
O Fenamilho tinha que ser
São Gonçalo do Abaeté
Guimarânia , Patrocínio,
Presidente Olegário e Varjão
Todas, vinham pra ver.
 
O trem quando vinha era um susto
Me causava uma certa aflição
Trazendo o rico minério
Que o povo tirava do chão
Várzea da Palma, Jequitaí
Depois Claro dos Poções
Outro lugar também fui
Três Marias e Coração de Jesus
 
Nova Ponte e sua linda barragem
Ali atravessei várias vezes
Perdizes,Coromandel e Abadia
Santa Juliana, Estrela do Sul por sua vez
Chegando até Uberaba
Agora seja o que Deus quiser
Pensei... É agora que vou conhecer
O Grande Chico Xavier.
 
Conheci esse grande homem
Que a muitos se dedicou
Nos deu o maior exemplo
De dedicação e amor
Gente do país inteiro
Vinha até ele pra ver
Passava quase a noite inteira
Pra todo aquele povo atender.
 
No pontal do Triângulo Mineiro
Na pequena Gurinhatã
Conheci um talento mirim
Que agora ganhou mais um fã
Cantou pra nós umas modas
Acompanhada de seu violão
A gargantinha mineira
Mostrou o seu vozeirão
 
Naquela tarde frienta
Debaixo de um edredom
Pensei que era uma criança
Tão pouco tivesse esse dom
Quase que duvidamos
Queria fazer uma aposta
Mostrou pra nós seu talento
Seu nome: Gabrielle Costa.
 
Ah! Bela Minas Gerais
Que até hoje nos recebe
De suas histórias e belezas
Não esquecemos jamais
Do franguinho com quiabo
Do pão de queijo quentinho
Do seu povo hospitaleiro
Vou sempre lembrar com carinho.

 
 
 
 
 
 
 
 
Élia Couto Macêdo
Enviado por Élia Couto Macêdo em 06/07/2017
Reeditado em 06/07/2017
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