AMEIXAS meu Pai e eu
AMEIXAS meu Pai e eu
Doce ameixeira com suas flores
Atraindo abelhas
Atraindo-me inteira
Em sede de silêncio, privacidade
Aconchego de estrelas e frutas maduras
Meu pai plantou-me em um pomar
Feito grama cresci em exageros
Arteira subi nas frondosas árvores
Amigas de escuta da fértil imaginação
Suculentas tardes tornaram-me contente
Um tanto alheia as normas
Dos telhados mais que dos salões de festas
Tornei-me íntima
Aprendi a caminhar sem quebrar a telhas
De um lado ao outro espiar ao longe
Visitar colméias
Aprender sobre diferentes enxames
Provar dos favos, ainda quentes, a vida
Diferentes sabores aprendi com meu mestre querido
Também com ele os rios compreendi
Escutar apurar ouvido
Olfato, tato
Do olhar ao horizonte
Mais brandas ondas
A vista acostumou
Pescar ao luar não é bom !
Noites sem lua no barco
Iscados pelo ruído estelar
Contávamos o pulsar dos sapos
Nas correntezas das sensações, uníamo-nos ao silêncio
Pescarias, noites nos recatos aquosos
Abelhas, suco de cana, viagens à procura das mais estranhas criaturas...
Tenho saudades de contigo meu pai compartilhar silêncio aprendiz
Ouvir tua palavra-sorriso diante às artes desta tua ainda menina
Dos telhados e ameixeiras ...
Virgínia além mar 12 agosto 2007