Passado
Não mais repisarei minúcias
Desse amor passado e infausto,
Nem tampouco deixarei que nutra
Indução de angústias lancinantes!
Não mais atingirei o âmago
Dessa dor profundamente estanque
Nem tampouco esperançarei
Desejos de um retorno vislumbrático!
Não mais me obsedarei lembrando
Desses dias idos e passados
Nem tampouco enxergarei alhures
Um reencontro certamente amargo!
Não mais invejarei os amantes
Que vejo passarem abraçados,
Nem tampouco deixarei que a cena
Se implante no meu peito incauto!
Não mais eu sentirei na boca
Seu beijo amargo, ordinário e acre,
Nem tampouco mostrarei dos lábios
As marcas e os vincos que deixaste!
Não mais desejos e esperanças
Nem lágrimas a rolar na face,
Não mais você no peito em ânsias
Nem lembranças, nem lembranças!