Saudades da minha terra
A música é um som combinado, harmonioso
Quase sempre fica gravado na mente
O mesmo acontece com a comida
Ofertada ao longo da vida
Por mais que a esqueçamos
Basta um cheiro, um acorde
Vire e mexe ronda bem fundo a imaginação
E lá vamos nós retornando
Cruzando passado e presente
Quando chego à terrinha
Distinguo meu rumo
Reviso meu plumo
Campos, planos, pequenos morros
Caminhos, estradas percorridas
Escolas, colégios, recreios
Lições da vida e pra se viver
Sinto a aragem
O sangue na veia pulsar
Um pássaro que voa acolá
Bem distante (El Condor Passa)
Corre a miragem de uma fantasia
Um Cine Brasil saudoso
Matines sessões vespertinas, noturnas
Domingos com a namorada
Quermesses na praça da matriz
Dias de sonhos, mãos dadas
O vento no mato, nos cafezais
As borboletas coloridas a voar
Cantar dos pássaros
O barulho suave
Uma canção a espalhar
Dos passeios nos riachos da região
Ainda sinto o toque das pedras
Nos dedos dos pés
Pois, adentrávamos descalços
Pescar de peneira
Eram lisas como sabão
As águas deslizavam
Junto com elas nossos sonhos
Caçadas de alçapão
A mãe natureza meu pedido de perdão
De vez em quando um corte, um esfolado
Não importava um pouco de dor
Seguíamos contente mais um domingo
Ainda tinha a cachoeira de Polinopolis
A recompensa; espuma das águas
Abrilhantando uma tarde na história
Gritos da molecada a ecoar
Escutava-se de longe
Estilingue, espingarda de pressão
Uma vez mais, mãe natureza
Conceda meu perdão
Viver aqueles dias era o que queria
A gente brincava de montão
Hoje não experimento aquele gosto mais não