Dias de Algum Lugar
Paro, caminho; paz alcancei
O meu tempo...
Ah, o meu tempo, nem sei!
Tiro a venda dos olhos, e vento
Roxa flor de madrugadas...
Estradas levando-te, pessoa,
A cheirar coisas orvalhadas
E já marginalizadas, ouve, algo soa!
Soa coisas vindas do ar, no falar...
Abrumou-se a estrada da serra
E passo longas horas a remar
Nos dias de algum lugar
Tenho essa coisa de amar
Sou uma amadora de rios
Só versos desenho, e não sei falar
Escrevo sem olhos as minhas crenças, em calafrios
Não tenho passado, esqueci
Me perco no presente
Meu alvo apagado, não vi
E sinto em mim algo ausente