MARCAS DE UM MENINO DE LONDRES
Semblante caído, dor no peito
Eram ainda três da manhã
Quando se ouviu alguém bater na porta
A neve caía lá fora
Gelava mente e coração
Todos dormiam na casa
Apenas eu levantei
para ver que era
Abri a fechadura com medo
Vi que era só um menino,
Com um par de sapatos na mão
De bermuda, chinelos e sem camisa
Disse que havia encontrado os sapatos
À beira do caminho
Estava tremendo de frio
Perambulava pelas ruas de Londres
Sem eira nem beira
Uma lágrima caiu dos meus olhos
Aqueci o café na cozinha, o vesti
Falei o quanto o amava
E que aquele sofrimento
Representavam apenas marcas
Que ficariam em sua lembrança
Cada parte daquela história triste
Que me contava
Se transformariam em poemas, versos simples e sinceros
De um menino de Londres
Em uma noite fria
Indo para um patamar de pura nostalgia
Que recebeu seu melhor presente:
Um abraço acolhedor!