MARCAS DE UM MENINO DE LONDRES

Semblante caído, dor no peito

Eram ainda três da manhã

Quando se ouviu alguém bater na porta

A neve caía lá fora

Gelava mente e coração

Todos dormiam na casa

Apenas eu levantei

para ver que era

Abri a fechadura com medo

Vi que era só um menino,

Com um par de sapatos na mão

De bermuda, chinelos e sem camisa

Disse que havia encontrado os sapatos

À beira do caminho

Estava tremendo de frio

Perambulava pelas ruas de Londres

Sem eira nem beira

Uma lágrima caiu dos meus olhos

Aqueci o café na cozinha, o vesti

Falei o quanto o amava

E que aquele sofrimento

Representavam apenas marcas

Que ficariam em sua lembrança

Cada parte daquela história triste

Que me contava

Se transformariam em poemas, versos simples e sinceros

De um menino de Londres

Em uma noite fria

Indo para um patamar de pura nostalgia

Que recebeu seu melhor presente:

Um abraço acolhedor!

Verônica Vianna
Enviado por Verônica Vianna em 07/05/2017
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