rosas de fogo
Todos os anos eu tento ficar longe de você, mas é como um vício que não me nego ser escravo. Você é saudável, mas vai me matar de todas as hipóteses.
Eu vejo as rosas queimando quando brotam nos galhos frescos, e nas minhas mãos elas viram pó de cinzas. Porque quando neva tudo queima pra mim? Porque o meu inverno rima com inferno e cheira a espirito fúnebre?
E ainda, lembro de seu beijo, desde o primeiro, até o último. Eu visto qualquer coisa quando te beijo--voce se veste de azul e branco, seis, sete vezes a cada fim de beijo.
E então, você tem que ir, mas prendo o seu cheiro no ar, deixo o seu cheiro inteiro no meu carro, na minha cama (em todas as que tento dormir) e o seu gosto na minha boca.
Você enfim neva cinzas, como um crematório natural. Você queima a sua roupa todas as vezes que beija a minha boca.
Vou lhe entregar uma rosa em chamas cada vez que eu disser que te amo mais do que te odeio.