A astronauta e a crisálida 

Transvisto-me

em astronauta

sobrevoo

em liberdade

a magnitude

infinita

navego

plena,

flutuo

nas ondas

nebulosas,

da Via Láctea

vislumbro 

da altitude

os ventos

propícios

da remota

juventude

e pairo enfim

no crepúsculo

das estrelas...

as três Marias

as fiéis

guardiãs

do anel

de noivado

em cofre

de marfim

volto cansada,

vejo desiludida, 

não sou a mesma

que vim do ontem,

daquela que fui

e serei amanhã

me percebo 

crisálida,

quase 

esquecida

da poesia

completa... 

que desligada 

das  amarras

me causaram

tanta dor,

agora,

​​​​​​​como setas

ofusca-me

o brilho,

do cristal

da juventude,

de onde voam

borboletas !

Liraagi
Enviado por Liraagi em 13/04/2017
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