A astronauta e a crisálida
Transvisto-me
em astronauta
sobrevoo
em liberdade
a magnitude
infinita
navego
plena,
flutuo
nas ondas
nebulosas,
da Via Láctea
vislumbro
da altitude
os ventos
propícios
da remota
juventude
e pairo enfim
no crepúsculo
das estrelas...
as três Marias
as fiéis
guardiãs
do anel
de noivado
em cofre
de marfim
volto cansada,
vejo desiludida,
não sou a mesma
que vim do ontem,
daquela que fui
e serei amanhã
me percebo
crisálida,
quase
esquecida
da poesia
completa...
que desligada
das amarras
me causaram
tanta dor,
agora,
​​​​​​​como setas
ofusca-me
o brilho,
do cristal
da juventude,
de onde voam
borboletas !