A CASA DAS MEMÓRIAS

Na estrada longa -sem fim -,

toda encoberta de névoas,

De um lado corre um rio

onde a estrada possui o mesmo nome: "Letes"

Há uma casa escondida,

às vezes sempre visível

pra quem quer nela entrar...

O muro é de memórias,

De lembranças o portão,

As paredes de saudades,

Telhado de emoções...

Janelas de esperanças,

Portas de alegrias,

Vidros tão puros - sinceros -,

Escadas de solidão...

A casa... Tão grande e vaga

- Grande mais não é mansão.

Cada cômodo, uma história

Cada história um coração.

NMa casa, quantos amigos

Aqui já não repousaram?

Puseram seus sonhos cansados

Sorriram e se lembraram!..

Lembraram, talvez, de um amor

- Talvez o primeiro e único -,

De como tudo começou,

Como as águs amargas levaram.

Na casa... Fatos e fotos

revestem-na profusamente.

Qauntos livros na esatnte da mente

Não contaram suas histórias?

Aqui há uma gravata dourada,

Um albúm repleto de fotos,

Um prendedor de gravata,

Cartas e telegramas,

Lembranças de tantas épocas,

Poemas, conselhos, lágrimas.

Há beijos e também abraços,

Há risos, ha comentários,

Piadas e confissões,

Sussurros apaixonados,

Bilhetes tão bem guardados,

De várias ocasiões...

Mas essa casa maltrata,

Mas essa casa sorri,

Às vezes, tão carinhosa,

Outras: "Saia daqui!"

A casa... ora azul, ou dourada,

Ora tão branca, serena,

Ou verde esperançosa

ou outra d'outros dilemas.

A Casa aí está

Para quem quer entrar

Talvez para sorrir

Talvez para chorar...

Que casa é essa

tão misteriosa?

Quem mora nela? Quem lá habita?

A Saudade,

A Lembrança,

O Anseio...

A Casa é santa, é divina

Têm horas que é triste,

sozinha,

Têm horas que é alegria

repleta de gente

Genteque, às vezes, não voltará

Só se verá uma vez.

Mas o que mais importa

é o que ela deixará

Talvez seja bom ou ruim

Talvez tenha valido a pena

Se em muitas ocasiões lições tenham

sido aprendidas - e sempre são.

A Casa, neste momento, está sendo habitada

pelos fantas do tempo,

- fantas da fantasia -,

pelos amigos de outrora - tão longes

distantes, ausentes,

por belas, boas, histórias, que circundou

tanta gente...

A porta está aberta...

Queres, nela, entrar?

28/07/1997

Gonçalves Reis
Enviado por Gonçalves Reis em 01/08/2007
Código do texto: T588122
Copyright © 2007. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.