Memória

Dentro de mim

Há um museu

Egocêntrico

Tanto do que vivi

E do que vivo aprendendo

Um museu que diz quem sou

E do que vou sendo

Onde vejo o meu horror

E dele vou esquecendo

Fora deste museu, há o abismo:

O esquecimento.

Mas que este museu, busca

Traze-lo para dentro

No esquecimento paz

No presente escória

Os que se foram, jaz

Vivem na minha memória

Com próprio tempo

Museu sem hora definida

Expõe a qualquer momento

A realidade vivida

Que a mente duvida

Pois não sabe ainda

Se aconteceu

Se realmente tenha acontecido

Se foi um sonho que se esqueceu

Se foi um sonho esquecido

Que a memória ousa lembrar

E expor

Fazendo a mente duvidar

Do que realmente vivenciou.

Com capacidade indefinida

O arcabouço de riquezas da vida

Nos conta nossa historia

A exposição de sonhos e realidades vívidas

Compõem a nossa memória.