POEIRAS DA INFÂNCIA
O menino corria, feliz
Subia o morro sem perder o fôlego
Descia deslizando a terra vermelha
Poeira, alegria, imaginação
Roupa impregnada de infância
Tudo festa.
No tobogã improvisado
Outros meninos também desceram
Alguns rolaram, satisfeitos.
Infância suja de terra
Poeira entranhada n’alma
Deleites cotidianos
Não havia medo, tempo correndo, dor.
Apesar dos braços machucados
Arranhões nos joelhos, das unhas quebradas.
Desigualdades, preconceitos,
Injustiças (se haviam)
Não chegavam ali:
Palavras desconhecidas no reino empoeirado
Cuja corte de moleques se entendia,
Diplomática, em encantadora algazarra.